Conheça o reverb e como funciona esse efeito
A produção musical sempre rendeu as mais diversas e criativas técnicas de engenharia para dar a melhor experiência aos ouvintes, e conhecer o que é o reverb é uma maneira de navegar na história moderna da música e suas principais técnicas.
O que é reverb?
O reverb é um efeito que simula diferentes ambientações acústicas, capaz de dar mais alcance e prolongar um som ou causar a sensação de proximidade ou profundidade. É o efeito fundamental para todo tipo de produção musical, pois ajuda a organizar e unir todos os instrumentos.
A ambientação é um dos fatores mais importantes na hora de criar o sentimento de imersão, especialmente na música. A Física e a acústica fazem toda a diferença nessa hora.
Cada instrumento emite um tamanho diferente de onda e cada ambiente, de acordo com os materiais do local e a disposição do espaço, oferece um tipo diferente de resistência à maneira como o som reverbera, e é aí que o conceito de reverb entra.
A busca pela reverberação ideal do som de cada instrumento é tão antiga quanto a própria história da música como atração. É só imaginar a organização de uma orquestra, por exemplo, que usa câmaras, fossos, divide a altura em que cada instrumentista fica, ou mesmo naquela banda de rock do bar, que usa a bateria ao fundo, o amp do baixo perto do bumbo, o teclado no lado oposto e afins.
A história de Reverb
Quando a gravação musical começou a se tornar popular e profissionalizada, o espaço dos estúdios exigia criatividade para replicar o efeito agradável da voz ou de um piano como soariam em auditório, com potência e prolongação.
Isso fez com que muitos estúdios criassem táticas curiosas, como preparar captações de diferentes ângulos e misturá-los na hora da edição, no caso de percussões e piano, criar um isolamento acústico especial numa sala à parte para gravar a voz ou mesmo transportar o amplificador de baixo ou guitarra para reverberar em uma sala à parte e captar esse efeito do ambiente.
Artistas como os Beatles, sob a batuta do produtor George Martin, por exemplo, fizeram experimentos com reverberação criada com a gravação de diversas fitas, efeito que deram todo o tom da psicodelia dos anos 60.
Com o tempo, os efeitos se tornaram digitalizados e a variedade aumentou consideravelmente, mas ainda temos alguns modelos que podemos definir como as bases de o que é o reverb.
Os principais tipos de reverb
Os estilos tradicionais nunca deixaram de ser empregados, o que acontece é que a maioria saiu de salas equipadas e isoladas para se tornarem plug-ins de programas de edição, pedais e componentes de hardware de áudio:
Reverb hall
O estilo mais popular na mixagem de música pop, pois tem uma amplitude enorme e coloca todos os instrumentos dentro de um mesmo espaço, dando muito brilho, bem estar e tem um ótimo preenchimento.
É um efeito muito popular em percussões e também em pianos. Na voz, oferece peso especialmente ao tom masculino.
Reverb room
O efeito de “sala” tem um decaimento médio, é muito utilizado na gravação da voz para as mais diversas ocasiões técnicas, como uma narração. Dá bastante naturalidade, especialmente a instrumentos acústicos.
Mas além desse conjunto, o reverb room é muito popular na mixagem de músicas de rock’n’roll, justamente por manter uma “crueza” fundamental para o gênero e por comprimir e usar o potencial total dos alto falantes de guitarra e de baixo.
Reverb chamber
O reverb de câmara é tradicional para sons de pequenas orquestras e simula uma pequena sala. Com um decaimento mais prolongado, é um efeito bastante sofisticado e complexo, usado em pianos e especialmente na voz, aumentando bem a própria percepção do cantor ao cantar.
Na música eletrônica o chamber ganhou uma vida nova para criar atmosferas profundas e psicodélicas junto de órgãos e diferentes tipos de sintetizadores.
Plate reverb
Um condutor muito interessante de vibrações é o metal. E a ideia do plate reverb é justamente reverberar o som por sobre a extensão de uma placa metálica. No passado, era um efeito prático e barato de produzir e gerava produtos incríveis.
Ele lembra muito o efeito Hall, mas ao invés de ter um preenchimento “tridimensional”, soa mais plano, mas também fortemente preenchido, especialmente em percussões. Na sonoplastia, dá uma ótima “engordada” nos sons e faz uma mistura bem curiosa e homogênea.
Spring reverb ou reverb de mola
Esse efeito é adicionado especialmente em amplificadores de guitarra através de uma peça chamada tanque de reverb. Esse tanque de reverb lembra muito o sistema do plate reverb, mas ao invés de ressoar na placa metálica, ele reverbera através de uma mola.
Isso dá um decay (o tempo de decaimento, a duração do som) mais curto, mas mais poderoso, o que dá muita textura e preenchimento ao som, especialmente quando está associado à complexidade dos sons valvulados, ganhando ainda mais vida.
O reverb de mola não fica restrito à guitarra. Pelo contrário, pianos e sintetizadores, especialmente os leads, ficam muito poderosos e mais naturais com esse efeito.
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